Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

O sufixo “mancia”






Até que ponto a sugestão condiciona a nossa escolha?
Então quem é que escolhe?





O sufixo “mancia”







Deve ser objecto da nossa reflexão a preocupação bastante generalizada em nos reconhecermos nos aspectos resultantes dos cálculos efectuados nas condições de calendário, sociais, geográficas, astrais ou outras, sobre a data do nosso nascimento.
Quando essa concordância/aceitação acontece tal significaria que não tinha existido evolução, que não tínhamos concluído nenhuma etapa das que viemos realizar nesta encarnação, ou pior, que não tínhamos opção…onde fica então o libre arbítrio?

- Quando esses cálculos são elogiosos e “positivos”, tendem a criar um comodismo egoístico, narcisístico,  e até arrogante, que vai embaciar o entusiasmo que deve reger a nossa demanda interior. Isso obviamente pode levar a situações mais sérias, principalmente quando a pessoa pelos resultados práticos da sua vida, se apercebe que afinal está a andar no sentido contrário àquele que lhe "prometeram"

- Se os cálculos forem apreensivos e assustadores, tendem a criar mal-estar, sentido de inferioridade, e até desespero, que se pode tornar grave em alguém que já sofra de baixa auto-estima. Isso leva à descrença no que toca à esperança e fé no seu potencial individual que simplesmente aguarda a sua hora para se expressar; porque tudo no universo tem o seu momento.

- Se os cálculos forem indefinidos, que apresentem uma pessoa "normal" como é a maioria da população terrestre, a pessoa analisada  fica desiludida,  tendo em conta que ainda funcionamos muito pelo ego.

Tenhamos em conta que as pessoas que buscam leituras de qualquer tipo, nenhuma está à espera de ouvir a realidade, mesmo que essa realidade seja a de que a pessoa já é aquilo que veio para ser: honesta, trabalhadora, bondosa, sem coisas "especiais" como estes analistas tanto gostam de frisar...e o nosso ego se compraz em ouvir.
Nestes casos, o próprio analista não quer ser o causador dessa desilusão, então, e por norma, enfeita a leitura com arabescos que nada têm ou terão a ver com o caminho pessoal daquele ser simples, autêntico e maravilhoso...o que obviamente vai criar uma ilusão indirecta, que nem sequer era da pessoa, mas que pode levar no mínimo a que a pessoa mude a agulha do seu caminho de vida quando esta estava na direcção certa.

Nas mais antigas civilizações existiram os sábios que aferiam as possibilidades e tendências dos recém-nascidos pelos dados do seu nascimento, (lembremos as lendas em que fadas transmitem às crianças dons e capacidades)
Mas esses virtuosos pertenceram a uma época que findou e cujos dons eram necessários ao cumprimento dessas eras.
Hoje, provavelmente as leituras feitas no nascimento de um ser continuariam a ser úteis tão só e apenas como indicador para os guias (pais) da criança.
No entanto, no plano da cosmo-ética já não é lícita essa prática pelo facto de que a humanidade transgrediu todos os preceitos do sagrado, da humildade e do sentido de serviço.
Toda e qualquer leitura que fosse efectuada, ainda que sábia e honesta, seria sempre denegrida, contestada, ou feita arma de poder, devido à exacerbação do ego que mina a humanidade.
Todos os Avatares ao longo das eras se posicionaram contra as artes de adivinhação, recomendando cautela, e dizendo-nos que o único e verídico oráculo é o nosso coração quando aprimorado pelo trabalho evolutivo que fazemos a cada dia.



Maria Adelina de Jesus Lopes


Nota: como curiosidade envio link da lista (conhecida) das muitas palavras com o sufixo “mancia” para que tenhamos em conta o quanto existe de manipulação, manipulados e manipuladores







sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Beethoven - Silence

Amado Mestre




Assisti hoje a uma Missa num idioma que não percebo, mas das pouquíssimas missas a que assisti nos últimos anos, foi esta, a que melhor percebi.
As vozes infantis do coro tornaram-se idioma universal. 
A mulher sorridente que me desejou um Bom Natal, e à qual retribuí em português, teve a faculdade de criar uma ponte entre estranhos.
No final, enquanto mãos apressadas tentavam fechá-LO no sacrário, ouvi a límpida voz:

Não me encerrem, espalhem minha essência no ar, nas ondas de pensamento global - 
Asfixio, morro de novo, se entre paredes mesmo que estas sejam de ouro -
Soltem-me no vento, vós que sois a semente da minha Boa-Vontade 





quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Os meus votos


Queridos Amigos

Por força de circunstâncias envio a minha saudação de Natal algo cedo mas plena de amor e gratidão. A todos e cada um desejo:
- Que nunca falte o pão na tua mesa
- Que mantenhas a lucidez da mente e a saúde do corpo
- Que o teu coração se expanda até ao infinito
- Que nunca te falte o abraço de um amigo

Bom Natal 

Maria Adelina





quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

O Reino da Caridade




          “Nenhum homem que não
controle a própria vida pode
 ser considerado livre”

Pitágoras
 





Nesta época natalícia que como o nome indica tem como objectivo homenagear a natividade, o nascimento de Yeshua Ben Yosef, um Christos, tentemos cada um de nós assimilar a quota-parte do Cristo em nós.
Vivenciamos uma época onde caridade se tornou meio de vida em fazer a pseudo-caridade.
Esta é uma realidade que retarda a evolução espiritual individual e também, o sadio desenvolvimento da consciência social colectiva.
A fomentação da dependência de outrem (em qualquer área) é de foro cármico e deve ser transposta.
As desigualdades e a injustiça social adensam-se ainda mais pelo incentivo à inércia, este é o resultado que os planos de ajuda social têm demonstrado até hoje.
Existem por esse mundo fora inúmeras organizações dedicadas à caridade. Estes organismos tornaram-se empresas, cujo lucro (finalidade de qualquer empresa) advém de manter os que lhes dão razão de ser, ou seja “os pobres e necessitados”. Estas instituições maioritariamente com o estatuto de interesse público e em graus variáveis, consomem meios financeiros elevadíssimos empregues na sua própria estrutura interna.
Por outro lado, os critérios com que distribuem o que resta, seja em meios materiais ou humanos, estão conspurcados pelos ditames políticos locais, ou interesses pessoais dos mecenas dessas instituições.
Neste conluio estão envolvidos governos, grandes empresas, e meios de comunicação social.
Este é um dos modernos sistemas de escravatura, o de criar o descrédito de seres humanos do seu próprio potencial, tornando-os dependentes do sistema instituído na sua subsistência básica.
- Fomenta-se a inércia onde devia ser fomentada a criatividade.
- Estimula-se o desânimo onde devia ser estimulado o interesse.
- Cria-se a dependência em vez de se criar postos de trabalho
Uns, vivem da existência da necessidade de outros, da necessidade de implementar a caridade….
Meus amigos…os vendilhões continuam no Templo e têm muitas vestes.

(Fazemos aqui uma ressalva aos muitos e honrosos exemplos destas organizações que o fazem na sua autêntica acepção, ou seja a da assistencialidade totalmente altruística e sem interesses subjectivos).

A caridade real é:
- a face da partilha individual, autenticamente fraterna
- o respeito por todos os meios existentes ao nosso redor sem desperdício de qualquer tipo
- o perceber que não temos qualquer direito além do direito de qualquer outro ser humano
- o destronar do nosso ego a ambição, que por sua vez conduz à inflação, o lucro fácil, o açambarcamento de empregos, a “esperteza” negocial, a exploração das classes mais fragilizadas.
Que se instaure em cada coração a essência Crística, na responsabilidade que a cada um de nós cabe, no nosso lugar, neste planeta escola.
Queridos amigos neste final de ano, em que é norma a reflexão, que esta possa ser imbuída pelo altruísmo e a compaixão, lembrar que somos um Todo e que o estado duma partícula desse Todo, afecta o restante, para o bem…ou para o menos bem….
 
 
Maria Adelina
 
 


segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Abundância Universal


Exercício de Palavras






O dia 29 de outubro é o dia mundial do AVC. Não seria preferível que fosse o dia mundial do amor, da vida e do coração? Qualquer dia estaremos a celebrar o dia mundial do terrorismo porque assim viveremos melhor o medo, a insegurança e o servilismo a grandes interesses não sei muito bem de quem.

Esquecemo-nos de que a vida deve ser um acto permanente de bondade e nesta bondade descansarmos dos nossos medos e cansaços. Vestimos diariamente a roupa de pessoas apressadas, sempre muito atarefadas, que se dirigem, rotineiramente, para o trabalho. Será trabalho ou emprego? O trabalho (o verdadeiro, o interior) a meu ver significa despirmo-nos de conceitos (preconceitos) instalados e praticarmos a humildade com a emoção de quem vê o sol a cada dia. A vida é um jogo de emoções que contém também a solidão, a dor e a saudade em quantidade bastante para nos lembrarmos da nossa condição de seres espirituais; é uma espécie de árvore que volta e meia deve ser limpa de folhas velhas para nela despontarem aquelas que servirão ao nascimento de novas flores.

Enalteçamos a saúde.

Elogiemos e abracemos a vida que é sempre a Mãe suprema de todos nós.


05.12.2015



Nota – as palavras sublinhadas e em “bold” foram anotadas entre os dias 27.10.2015 e 20.11.2015, à razão de, aproximadamente, uma por dia.


Elisabete Pinho



A Caixa de Pandora



Todos temos acesso à Caixa de Pandora.
Todos somos uma dimensão de Pandora, cujo
significado é “pan doron a/o que possui todos os dons”
Todos criamos as condições para a expressão das nossas facetas.

Dos Deuses de tempos longínquos, recebemos sob a forma de presente: a Raiva, a Inveja, a Ambição, o Ódio, O Egoísmo, e outros mais, mas todos são apenas:
- Folhas em branco onde podemos escrever o nosso hino
- Barro puro onde podemos moldar nosso sentir
- Facetas onde podemos aplicar os nossos dons
Optamos pelo caminho de experimentar os “presentes”. Tarefa árdua, cujo conteúdo é matéria de ensino transmitida por todo o Universo.
Mas, o resultado esperado da experiência, e na maior parte dos casos ainda não conseguido, é o da transcendência dessas formas de ser e estar. De todas as experiências a vivenciar pelas entidades Cósmicas, nós escolhemos a mais difícil, daí, continuarmos a ser, os "filhos bem-amados".
Para a vivência desses percursos ocultamos bem fundo na nossa memória ancestral, os nossos dons. No entanto, ainda que ocultos e esquecidos, eles estão lá, na íntegra.
De todos os “presentes” da caixa, o egoísmo é aquele que acoberta todos os outros, é aquele que ao ser curado, sanaria os demais. Por séculos a onda da civilização foi num crescendo de egoísmo, sempre impulsionada pela trindade: Politica – Religião – Finanças, que subvertendo ideais, evangelhos e confiança, se outorgavam o domínio, o medo, a exploração.
E nessa onda navegamos, até ao presente século XXI, onde por todos os meios, e em larga maioria, se olha para outro Ser Humano apenas como um meio para obtenção de qualquer tipo de poder ou prazer. A forma comummente usada, foi sempre a da ignorância. Pela ignorância se mantém o poder e o medo, aplica-se o velho lema "dividir para reinar"
A ignorância traz o receio do novo, do diferente, cria paliçadas que delimitam as mentes, moldando a nossa “mente pequena”. Enquanto ignorantes de outras raças, culturas, formas de estar e de ser, mantemo-nos na “Caverna de Platão”.
Só pelo conhecimento, que por sua vez traz aceitação, podemos criar empatia com as demais realidades, seja um Ser Humano, Um Animal, O Planeta, Seres de outros mundos. Assimilamos tão profundamente o papel de experimentadores, que esquecemos que também somos a própria experiência.
Queridos Amigos, está na hora! De empunhar a chave e transmutar o conteúdo da Caixa de Pandora.  A chave é composta pelos nossos dons e saberes, magníficas jóias aprimoradas no engaste dos tempos. Somos um microcosmo, dentro do macrocosmos. Por fervorosa intenção, permitamo-nos o emergir do Saber que é inerente a todos nós…e que a experiência chegue ao fim, porque está no tempo…
Dentre as jóias, uma das mais preciosas é o Altruísmo (o oposto do egoísmo), sempre e quando seja uma jóia verdadeira…..Ser altruísta é saber e sentir que fazemos parte de um Todo e que tudo está ligado. Ter a percepção de que nada, nem ninguém é nosso, como nós não somos de ninguém, no entanto estamos integrados em tudo, e em todos.

Que a paz do Outro é a minha paz
Que a felicidade do Outro é a minha felicidade
Que o Outro, nada mais é, que um Outro EU


Fiat Lux


Maria Adelina




A propósito do Natal (espiritualidade e saúde, diria eu)


A propósito do Natal

de Maria Ferreira da Silva

em 02 Dez 2015

   Todo o ser humano, por princípio, nasce com capacidades, tanto físicas, quanto mentais para fazer evolução espiritual na sua vida presente. O cérebro com as suas energias mentais (psíquico-espirituais) ligadas intrinsecamente com todo o organismo físico são para desenvolver no decorrer de uma vida, ou seja, a evolução humana que trazemos da vida anterior é para continuar necessariamente na vida seguinte como um dever para o progresso espiritual. Se essa energia física e psíquica não for devidamente aplicada, tais como exercitar o cérebro pela aprendizagem e cultivar sentimentos elevados - usada, portanto, no sentido evolutivo espiritual, o que inclui o melhoramento de si mesmo e devoção superior (Deus) - pode trazer sérios problemas nas funções cognitivas, afectando depois a própria Consciência.
A aspiração espiritual é a fonte que impulsiona fortemente a mente à transformação, pondo em acção, de forma natural, mecanismos no cérebro que são imprescindíveis para o seu bom funcionamento. Permite também usar melhor as “ferramentas” com que se vem dotado à nascença para uma evolução espiritual consciente, estruturando uma forma psicofísica cada vez mais forte, desenvolvendo mais inteligência, aperfeiçoamento e integração na Unidade.
Caso estas energias espirituais que vêm associadas aos mecanismos cerebrais não sejam aplicadas vão causando atrofiamento em áreas importantes do cérebro que pode conduzir no final da vida, à esclerose ou a outras doenças degenerativas que afectam necessariamente a mente.
Por outro lado, a maldade, o ódio e a violência são energias bloqueadoras que impedem o cérebro de progredir em sua acção purificadora pois os impulsos eléctricos no cérebro em vez de criarem substâncias que contribuam para o seu normal funcionamento, como por exemplo, dopamina e serotonina, criam substâncias destrutivas que contrariam as regeneradoras. Todas as reservas de energia que o cérebro possa armazenar para usar durante uma vida, acabam por transformar-se em energias “paradas”, sem a aplicação adequada, tornam-se um obstáculo ao verdadeiro objectivo de vida que é o progresso mental e espiritual de forma ascendente e harmoniosa.
No entanto, as oportunidades para evoluir humana e espiritualmente podem apresentar-se de forma tão simples e ocasional, tanto quanto uma comemoração de Natal, que pode contribuir para um grande impulso devocional e espiritual se for no sentido de lembrar, o quanto um Ser especial que foi Jesus, trouxe para a humanidade esse ideal de aspiração espiritual e começar a fazer parte desse objectivo que é chegar à Unidade, tal qual Ele a viveu e ensinou.
Nestes tempos difíceis pelos quais o mundo passa com a violência a espreitar em qualquer canto mais pacífico do planeta, cabe a cada um direccionar mais do que nunca todas as energias para a convocação superior do pensamento e da acção numa alternativa positiva criando condições para um mundo melhor, hoje e amanhã. Que este Natal possa conter a força incondicional do amor irradiando para todos.
Votos de Natal em Paz.

Maria Ferreira da Silva
     




quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Os ciclos dos ciclos das vidas




DANÇA

Tenta descobrir qual o tango que as pessoas dançam. O oprimido já é oprimido mesmo antes de atrair o opressor. E o opressor já o é antes de atrair o oprimido. Quando eles se atraem, para quem vê de fora, parece incrível, como aquela pessoa pode oprimir tanto a outra. Mas não é bem assim. Eles encaixam e dançam o tango.

E (como vocês dizem) o tango só pode ser dançado a dois. Ninguém consegue dançar o tango sozinho. É só perceber a lógica de cada um. Em cada duas pessoas, há sempre áreas que convergem e áreas que divergem. Fará parte do livre-arbítrio e da memória de ambos escolherem a área boa, a área que tem luz, para partilharem esta vida.

Mas podem escolher a área densa que os une. E multiplicá-la até à exaustão. A escolha é de cada um. Se conseguires compreender os pólos de cada um, se conseguires desvendar o «tango» que cada um dança, depois basta desmontar essa falácia.

Quando cada um perceber que encaixa na memória cármica do outro, e que pode escolher sair de lá, pode acontecer que consigam os dois crescer em consciência.


Alexandra Solnado



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Receita para todos os "males" do corpo, da mente, e da alma



Quando se tem, como vós, a possibilidade de abarcar todo o universo com o pensamento, de comungar com todas as criaturas luminosas que o povoam, como é possível sentir-se pobre e só? O que vos falta ainda para compreender que sois ricos, abençoados, e que tendes mesmo muito com que ajudar os outros? 
Enquanto não vos ocorrer a ideia de tornar os outros felizes, nunca sereis felizes vós próprios. Para se ser feliz é preciso chegar a essa expansão de consciência na qual se sente que se abarca o mundo inteiro. E somente o amor permite essa expansão. 
O mal dos humanos é que eles têm sempre medo de perder alguma coisa, e então fecham-se. Não compreendem que é justamente essa atitude de fecho que os empobrece. Para se enriquecer, é preciso dar. Sim, aquele que recebe empobrece, aquele que dá enriquece. Porque dar é despertar em si mesmo forças desconhecidas que estavam adormecidas, estagnadas algures nas profundezas: elas começam a jorrar, a circular, e sentimos-nos tão preenchidos que ficamos espantados, dizemos a nós próprios: «Mas como é isto? Eu dei, dei, e estou mais rico…» Pois bem, é isso a nova vida! Ouve-se dizer por toda a parte: «É preciso mudar a vida, é preciso mudar a sociedade…» Mas como quereis criar uma nova sociedade, enquanto se mantiver a mesma velha mentalidade: sempre receber, receber, receber, sem nunca dar! 
Há que habituar-se a dar, a dar aquilo que se possui de melhor. 

Os humanos aprenderam sobretudo a receber, a tomar para si, a apropriar-se. Materialmente, afectivamente, mentalmente, só pensam em apropriar-se: as coisas, os seres, só lhes interessam na medida em que esperam encontrar neles qualquer coisa de que possam tirar proveito. Com uma tal filosofia, nada mudará no mundo, nunca, e os humanos continuarão a sentir-se sós, pobres e infelizes. 

De agora em diante, habituai-vos a dar. Observai a nascente: os humanos, os animais, vêm saciar a sede nela, e junto a ela crescem plantas e árvores. Porquê? Porque ela não cessa de dar a sua água pura, a sua vida. A nascente ensina-nos que apenas existe um método verdadeiro para atrair as criaturas: dar, dar o que possuímos de melhor no nosso coração e na nossa alma.”


Mestre Omraam Mikhaël Aïvanhov. 



domingo, 29 de novembro de 2015






O Trabalho (físico, intelectual, espiritual)










E alguém disse: Fala-nos do Trabalho



E ele respondeu, dizendo:
Trabalhais para manter o compasso da terra e da alma da terra.
Porque estar ocioso é ficar estranho às estações, e afastar-se da procissão da vida, que majestosa e altivamente submissa, caminha para o infinito.
Quando trabalhais, sois uma flauta através da qual o murmúrio das horas se transforma em música.
Quem de entre vós gostaria de ser cana muda e silenciosa, quando tudo canta em uníssono?
Sempre vos disseram que o trabalho é maldição e a labuta um infortúnio.
Mas eu vos digo: quando trabalhais cumpris uma parte do sonho mais longínquo da terra, que vos foi atribuída quando tal sonho nasceu.
Mas se, no excesso da vossa dor, chamais aflição ao nascimento e ao peso da carne maldição escrita na vossa fronte, então digo-vos que apenas o suor da vossa fronte lavará o que lá está escrito.
Disseram-vos também que a vida é obscuridade e na vossa fadiga repetis o que dizem os cansados.
Ora eu digo-vos que a vida é, realmente, obscuridade, menos onde há entusiasmo; e todo o entusiasmo é cego, menos onde há sabedoria; e todo o saber é vão, menos onde há trabalho; e todo o trabalho é vazio, menos onde há amor; e quando trabalhais com amor unis-vos a vós mesmos bem como uns aos outros e a Deus.
E o que é trabalhar com amor?
É tecer o pano com fios tirados do vosso coração,
É construir uma casa com afecto,
É semear o grão com ternura e recolher com alegria,
É deixar em quanto fazeis um sopro do vosso espírito, sabendo que todos os mortos bem-aventurados estão junto de vós, vigilantes.
Muitas vezes vos ouvi dizer, como em sonhos:
Aquele que trabalha com o mármore e encontra a forma da sua alma na pedra, é mais nobre que o lavrador.
E o que pega do arco-íris e o estende na tela à semelhança do homem, é mais do que que aquele que faz sandálias para os pés.
Mas eu digo-vos, não sonhando, mas bem acordado e ao meio dia, que o vento não fala mais docemente ao carvalho gigante do que à humilde folhinha de erva.
E só é grande, quem transforma a voz do vento em canto tornado mais doce pelo próprio amor.
O trabalho é amor tornado visível.
E se não puderdes trabalhar com amor, mas apenas aborrecidos, mais vale abandonardes o trabalho e sentados à porta do templo receberdes esmola dos que trabalham com alegria.
Porque se fizerdes o pão com indiferença, será um pão amargo que não matará senão metade da nossa fome.
E se esmagardes as uvas de mau humor, será misturar veneno no vinho.
E ainda que canteis como os anjos, se não amardes o canto, fechareis os ouvidos do homem às vozes do dia e às vozes da noite.

Khalil Gibram – In O Profeta


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Que Sacrifício?




Que Sacrifício?

A desvirtuação deste conceito acompanhou inúmeras gerações. Ainda hoje continua a ser mal interpretado, tornando-se por isso um dos “pesos” que limitam e bloqueiam a via evolutiva.
Etimologicamente esta palavra vem do Latim Sacrificius, de mesmo significado, formado por Sacer, “sagrado”, mais a raiz de Facere, “fazer”.
Ou seja, Sacrifício é uma maneira de Tornar Sagrado um acto.
Conceito este bem diferente daquele que habitualmente fazemos uso. Mas reflectindo ainda nesta interpretação, nós não nos sacrificamos por ninguém, o que fazemos ainda que com dificuldades ou esforço, é sempre a favor dos nossos interesses pessoais, (por vezes inconscientes) mas principalmente como alimento do ego e da insegurança emocional.
Dando continuidade à nossa análise sob este ilusório mas conveniente vector, concluímos que os “sacrifícios” que tantos empunham como bandeira de glória é apenas uma ferramenta de manipulação cuja cobrança será mais tarde ou mais cedo executada.
-Vemos isso entre pais e filhos, quando os pais envergam pela vida fora o argumento do sacrifício que fizerem para criarem os filhos...
- Vemos isso entre casais em que um se denomina o sacrificado para que o outro possa estar bem ou progredir na carreira...
- Vemos isso entre a maior parte daqueles que se “doam” aos outros, mas que constantemente apregoam os seus sacrifícios em prol dos demais…
Será que em qualquer destas situações, e em tantas outras, alguém reflectiu de que nada lhes foi pedido? O sacrifício de moto próprio, e tal como o consideramos, é uma falácia, não existe. Tudo o que se faz sob pressão ou desagrado gera maus resultados energéticos e cármicos.
Cada acção que emitimos, tanto ou quanto mais trabalhosa ou esforçada, apenas pode ser legitimada pelo amor essencial, emergente, transcendente, que compõe o autêntico significado de Sacrifício ou seja, o tornar sagrado um acto.
Nas condições planetárias actuais em que cada vez mais nos é exigido uma maior expansão e lucidez consciencial é premente transcender o auto-engano tão entranhado referente ao conceito do sacrifício.
- O trabalho contém em si o tornar sagrado o esforço individual pela sobrevivência, mas muito mais que isso é a galeria da nossa criatividade pela realização de cada dia da nossa missão de vida.
- A renúncia ou a privação do que quer que seja eleva ao plano sagrado essas escolhas por opção lúcida da consciência que as consagrou.
- O apoio, cuidados, responsabilidades familiares e afectivas são as escolhas que fizemos… são as ferramentas que escolhemos para a proveitosa concretização de mais um ciclo de aprendizagem, assim as sacralizemos.
- O voluntariado (genuíno), partilha, doação, faz emergir o sagrado elo da Unificação que existe submerso em todos nós.
Que o Céu nos abençoe com tantos Sacrifícios (leia-se actos sagrados) quantos o patamar evolutivo de cada um consiga perceber, e agradecer.


A.








Difícil não é lutar por aquilo que se quer,
mas sim desistir do que mais se ama.





Bob Marley



segunda-feira, 23 de novembro de 2015

"Dá-me um abraço"

Santuário












Mesmo que chova no mais ansiado dos dias
não desistamos  de calçar os nossos sapatos de festa
Mesmo que a tempestade derrube os muros à nossa volta
mantenhamos incólume a confiança no terreno  que mondamos
Mesmo que a tristeza enevoe o nosso olhar, ela é passageira nós não
E o santuário prevalece, cria asas na dor, pairará sempre além do mal


A.




Sanctuary

quarta-feira, 18 de novembro de 2015




Pequeno pardal
Não é primavera…ou sou eu que estou enganada?
Em pequenos saltos subias as escadas ao pé de mim
Não usavas as asas
Dizendo-me talvez que todos os meios são belos
Olhaste-me uma e outra vez em coquete desafio
E eu segui-te
Subi as escadas e vi o que tu querias que eu visse
O topo dos arbustos estão já a florir
Mas não é primavera…
No meu cabelo senti a brisa do teu voo rasante
Se assim o queres, pois que seja primavera


A.



quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A Pátria cobre o rosto, de vergonha. Onde está a nossa voz?





A Pátria cobre o rosto, de vergonha

Casualmente e enquanto pesquisava os nossos melhores poetas, deparei com uns poemas de Zeca Afonso, que creio se adequam aos chocantes dias que vive a “nossa” Pátria.
Independentemente da sua ideologia política Zeca Afonso era antes de tudo um Homem Honesto, cuja vasta obra se afirmava na sua visão do poder popular.
Pobre Zeca, que a esta altura deve dar voltas na tumba ao perceber o enorme e aberrante engano com que neste preciso momento se desfeita o Poder Popular, se desfeita a Pátria, se desfeita a Democracia.
Em Outubro passado os Portugueses foram às urnas das quais saiu uma maioria (na qual nem sequer votei) que por artes da mais boçal indignidade, os votos dessa maioria foram vergonhosamente desrespeitados, transformados em papel higiénico duma qualquer força politica, que não sei a cor, nem quero saber, pois a mim e a todos os seres de bem, apenas nos interessa respeitar o Poder Popular.


 “Os barões da vida boa
Vão de manobra em manobra
Visitar as capelinhas
Vender pomada da cobra”

“A palavra socialismo
Como está hoje mudada
De colarinho à Texas
Sempre muito aperaltada”

 “Sempre muito aperaltada”
Fazendo o V da vitória
Para enganar o proleta

“Não sei quem seja de acordo
Como vamos terminar
Vinho velho vinho novo
Viva o Poder Popular”


Versos de Zeca Afonso


Maria Adelina de Jesus Lopes