Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Calendário de Sentimentos



Amizade ou Amigo não é a mesma coisa...
Ouvi por aí, que o grosso calendário dos sentimentos com hora marcada foi acrescentado, e que em Julho passaria a existir o dia do amigo ou da amizade
Como se amigo e amizade fossem a mesma coisa…






Amizade, é um largo contentor onde se depositam: 
- as aspirações ao reconhecimento - os “jeitos” assim nomeados que o amigo do amigo pode conceder – as lianas de segurança dos que fogem da vida (a deles) – os alforges onde se abastecem os egoístas naturais – os escapes dos egocêntricos quando precisam confirmar se estão vivos – as garras dos que não querem saber quem são, apenas o que são na nebulosa de outros perdidos. O conceito de amizade tornou-se banalizado, incompreendido.

Já um AmigO/A, não tem descritivo, é a imagem fugaz, holográfica, da inversão de um momentâneo sentir, que empresta seus olhos aos amigos quando os deles estão vidrados pelo gelo, pai de todos os enganos. Aqueles que descodificam em si o ser-se amigo pertencem à estirpe solar, são preciosos.
Nenhuma efeméride pode conter o AmigO/A, porque amigo não faz parte do tempo, ele é a moldura do espelho da nossa imagem real, por isso, tantas vezes se quebram.

A todos os meus AmigOS/AS, sem data ou calendário.





sexta-feira, 10 de julho de 2015

Os contos da nossa vida







Os contos da nossa vida

Amigos, hoje ao dar a conhecer que reiniciei a minha actividade de artesã de compotas, lembrei de uma pequena história que volvidos uns anos ainda me faz sorrir. Este é um conto real como são todos os meus contos, escrito na primeira pessoa.
Como muitos sabem de há uns anos para cá dedico parte do meu tempo, amor e criatividade, à criação de doces totalmente artesanais.
A dada altura, tive o enorme gosto de conhecer alguém que veio a tornar-se uma querida amiga e que sempre que podia lá estava ela a visitar as feiras de artesanato e gastronomia onde eu estivesse com os meus doces.
Chegava, fazia uma grande festa aos doces, à apresentação da mesa, queria saber que receitas novas eu tinha criado, dava-me os parabéns, ajudava se fosse necessário, abraçava-me como se o mundo acabasse ali, e depois ia passear, visitar os demais locais… isto sem nunca provar os meus doces… Ela, a minha amiga era adepta do veganismo (não consumia ovos) e alguns dos meus doces ainda são confeccionados com ovos…
Um dia, quis retribuir todo aquele carinho de que ela fazia uso num misto de firmeza e tolerância, e fiz um bolo especialmente para ela, porque sabia o quanto apreciava doces.
Ela chegou, ofereci-lhe o bolo e os olhos dela sorriram antes dos lábios se moverem como era hábito dela. Observou o bolo com atenção, e exclamou:
- Adelina, mas este bolo tem aspecto de ter ovos!
E eu respondi-lhe
- Lena, claro que levou ovos, mas são ovos de “galinhas livres”!
O estrondo da tua gargalhada, amiga, ainda deve ecoar nos ouvidos das pessoas que estavam próximas de nós e que ouviram o teu riso contagiante, incontido…
Mas lá nos céus por onde agora passeias posso dizer-te que “vences-te”, ovos, apenas os de galinhas livres, quando estas no-los concedem.

Quanta saudade Leninha (Helena Silva)

Maria Adelina