Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Pobre Natal, pobres de nós…




Pobre Natal, pobres de nós…

Creio que a maioria não se apercebe que esta fase “natalícia” é uma das mais dramáticas do ano, crises pessoais, acidentes terríveis, desastres naturais, mortes colectivas, depressões limites, tudo muito bem disfarçado pela média social, o brilho das lantejoulas e dos néon`s, as festas onde corre o álcool e o desperdício alimentar, o estupidificante  consumismo, e o desgarrador vazio interior daqueles que ainda sentem. Porque será? Lembremos que é a nossa energia colectiva que gera a vibração de retorno do Universo.
-Nas grandes superfícies comerciais, tal qual circos romanos as pessoas atropelam-se e gladiam-se para arrepanharem a última posta sangrenta do cabrito ou do leitão (em promoção) bebés do reino animal arrancados às suas mães cativas da abominação do homem
-Nas caridosas organizações de cariz social preparam-se as mesas e as fartas panelas que por uma noite vão encher os estômagos quase sempre vazios dos rejeitados, mostrar-lhes quão boa e farta é a comida! Acabado o jantar, com os corações cheios de piedosa arrogância pelo dever (cristão) cumprido, ála que se faz tarde, varrem-se os comensais para a rua, até para o ano…se Deus quiser
-Nas lojas finas, nas ourivesarias, compra-se a pronto o débito de um ano inteiro, a falta de amor, de presença, de fraternidade, de cooperação. Filhos, companheiros, pais, amigos, são compensados, pelo valor numa etiqueta de cartão
-E o dia de natal acorda ao som irritante dos brinquedos novos feitos pelos escravos de além–mar (quantas vezes crianças também) e os jogos electrónicos que grande invenção, vão hipnotizar as crianças diante de um ecrã por horas, dias, o ano inteiro, de preferência até ao próximo natal..
E tudo isto é criado, organizado, vivido, como uma festividade em nome de Deus! De Jesus menino (que maioritariamente não é sequer lembrado nesse dia) para homenagear o seu nascimento no plano terrestre e a sua missão entre os homens…

Despertar, despertar, despertar!...






quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A falácia do Individualismo




A falácia do Individualismo
 
Uma das vertentes deste conceito,  é a força, a intenção e a vontade que cada Ser coloca nas suas ideias, desejos e sonhos.
Cada um de nós tem um caminho, e cada légua percorrida é individual e única. A outra vertente, é o sentido de missão que também todos nós temos, e cuja finalidade maior é a integração plena com o Todo, em especial com os outros Seres com quem convivemos diariamente.
De uma forma mais lenta ou mais rápida, mais ou menos satisfatória, vamos construindo a nossa plataforma de vida, vamos realizando a nossa Proéxis (Programação Existencial), excepto, e na maioria dos casos,  numa faceta, que é a interacção com os outros.
Por séculos, os núcleos familiares mantiveram-se coesos, fomentando e permitindo a mais difícil de todas as nossas vivências…a comunhão, a partilha directa e constante com o nosso grupo cármico. Nessa vivência, em meio de harmonia ou de grandes desarmonias, aprendia-se, partilhava-se alegria e dor, equilibravam – se os carmas.
No último século, enquanto as condições de vida material evoluíam em algumas classes sociais, o poder económico estimulou um individualismo egóico que eu apelidaria de “a grande fuga “.
Depois, e com o crescendo da “civilização” os núcleos dispersaram, umas vezes por necessidade óbvia devido ao emprego ou ao estudo, a maior parte das vezes, na busca de um conforto chamado privacidade. Esta situação causou, e causa, desajustes profundos em várias vertentes.
Em cem anos provocamos mais estragos e desgaste no planeta que em séculos de existência. A relação disto com o tema é de fácil percepção, no nosso viver individualizado esbanjamos os meios básicos de sobrevivência. Aguçamos o apetite dos manipuladores comerciais, principalmente na área da habitação. Calculam quantos milhões de casas existem no mundo desabitadas ou subaproveitadas? Quantas toneladas de betão ocupam ingloriamente o espaço das árvores abatidas, dos ecossistemas destruídos? E isto é apenas a ponta do iceberg do incalculável desperdício e dano causado ao planeta.
No entanto meus amigos, quero focar um ponto que é mais grave que o anterior, que é o desperdício das oportunidades da vida em coexistência.
Na ânsia profunda por um estilo de vida pessoal e privado, fugimos literalmente há mais importante faceta da nossa missão de vida.
Respeitando a liberdade de escolha, mas sempre achei que a vida dos ascetas era muito facilitada…integrar-nos apenas no que nos dá prazer, que não nos contradiz, que não nos exige partilha, paciência ou cedência, é realmente uma forma fácil de vivenciar a existência.
Viver a nossa missão de vida na sua plenitude, que é assimilar o outro em  nós, não será a mais fácil, mas é de certeza a mais proveitosa.
Sei o que muitos pensarão ao ler estas palavras…mas então, vivendo com os pais, com a família, como podemos ter privacidade, como podemos viver a nossa vida sem interferências? A resposta é simples e simples e simples…RESPEITO…
Em todas as faixas etárias, dos avós aos netos a palavra de ordem é respeito, a privacidade tão ansiada é possível numa casa cheia de gente, assim cada um sinta em si e respeite, a necessidade de privacidade do outro.
A ânsia de “liberdade” instala-se muito cedo nos jovens! Alguns, acabam por perceber que liberdade é interior, que liberdade é renegar conceitos e preconceitos que nos tornam máquinas de consumo programáveis, que liberdade é cumprir o seu ideal em prol da comunidade. Mas a grande maioria nunca chegam a perceber o que é a liberdade. Numa vida aprisionada pela postura social, pelo progresso da carreira, pela necessidade aquisitiva que eleva o status social, vivem e morrem no seu casulo individual.
Todos sabemos que se avizinham Tempos de Mudança, uma das novidades da mudança é recordarmos que somos Uno, não só nas dimensões subtis, mas também e principalmente aqui e agora. Reaprender a viver em comunidade, assimilar o conceito de uma maxi-fraternidade, a começar pelo seu núcleo familiar.
Há dias contaram-me um caso real que partilho e que pode servir de exemplo a famílias ou grupos de amigos: é a história de uma senhora com 4 filhas, todas elas com vidas próprias e a viver cada uma em sua casa. Mantinham no entanto vários conflitos entre elas.
As cinco, agora com as dificuldades inerentes a quase toda a gente, tomaram a resolução de venderem casas, objectos, e adquiriram uma casa única, onde vão viver em conjunto, partilhando meios, energia, e com certeza crescimento de consciência nessa experiência inovadora de convívio em respeito e cooperação.
O individualismo auto-centrado não é liberdade. Conviver pacífica e respeitosamente em frutuosa proximidade, no núcleo familiar, profissional, amizades, social, essa sim é a essência duma supra liberdade, a da maturidade consciencial, a da integração da plena compaixão.
 

Maria Adelina




domingo, 11 de dezembro de 2016

A minha paixão por Virgílio Ferreira


Desde a minha adolescência que nutro uma paixão por Virgílio Ferreira. Reencontro-o de longe a longe, em momentos preciosos de  tão pertinentes, e em que  a estranha sabedoria deste homem vem ter comigo em encruzilhadas improváveis. 
Será que no seu tempo (encarnado) ele teve noção que estava a escrever sobre Física Quântica? Agora sim, sabe-o! Obrigada Mestre Virgílio Ferreira, uma montanha de saberes a descobrir, ou redescobrir...Vejam só...

Maria Adelina





"Um Mundo de Vidas


Nós vivemos da nossa vida um fragmento tão breve.
Não é da vida geral - é da nossa.
É em primeiro lugar a restrita porção do que em cada elemento haveria para viver.
Porque em cada um desses elementos há a intensidade com o que poderíamos viver, a profundeza, as ramificações. Nós vivemos à superfície de tudo na parte deslizante, a que é facilidade e fuga.
O resto prende-se irremediavelmente ao escuro do esquecimento e distracção.
Mas há sobretudo a zona incomensurável dos possíveis que não poderemos viver.
Porque em cada instante, a cada opção que fazemos, a cada opção que faz o destino por nós, correspondem as inumeráveis opções que nada para nós poderá fazer. Um golpe de sorte ou de azar, o acaso de um encontro, de um lance, de uma falência ou benefício fazem-nos eliminar toda uma rede de caminhos para se percorrer um só.
Em cada momento há inúmeros possíveis, favoráveis ou desfavoráveis, diante de nós.
Mas é um só o que se escolheu ou nos calhou.
Assim durante a vida vão-nos ficando para trás mil soluções que se abandonaram e não poderão jamais fazer parte da nossa vida. Regresso à minha infância e entonteço com as milhentas possibilidades que se me puseram de parte. Regresso à juventude, à idade adulta, ao simples dia de ontem e a infinidade de soluções que não adoptei dava para um mundo de vidas.
Foi uma só. Nela realizei, num único percurso, aquilo que constituiu o todo de uma vida humana.
E todavia, nessa estreiteza de ser está o infinito de mim.
Deus é a simplicidade absoluta e tem o máximo de ser.
Nós conhecemos em nós esse máximo e é por isso que ao Deus o soubemos inventar."


Vergílio Ferreira
in, Conta-Corrente 4

sábado, 10 de dezembro de 2016

Em época de "pontes"...alguém me pode explicar?...



Alguém me pode explicar?...

Sendo que, vivemos numa época em que toda a ignorância da sabedoria e conhecimento metafisico se auto titula por ateísmo ou como está na moda dizer-se cepticismo...

Sendo que, a maior parte dos feriados em Portugal e no Mundo existem por motivos religiosos, porque é que essa faixa de “descrentes” não faz greve aos feriados, abaixo-assinados e outras medidas que tais para acabar com eles?

Alguém me explica?...








terça-feira, 6 de dezembro de 2016

A dor é inevitável…o sofrimento opcional (texto parcial)



Foi desafiada para falar neste tema tão difícil para todos nós que procuramos no outro e em tudo o que nos rodeia o Amor…que vemos no criador a origem do Bem, do Amor incondicional pela vida, pelo ser humano e pela natureza.
Assumindo por isso, que todos nós somos do Bem, apesar de sermos humanos com as nossas fragilidades e defeitos, como conseguimos então lidar com o sofrimento extremo…o sofrimento em nós e naqueles que muito amamos?
Como conseguimos lidar com um sentimento de revolta ou de tristeza profunda, de desencanto, porque muitas vezes sentimo-nos injustiçados e não compreendemos o caminho, o percurso, enfim o porquê?  
E porque também muitas vezes sentimo-nos impotentes nessa senda do bem, quando somos espectadores de algo que está a provocar um sofrimento imenso nos outros e em nós…
Falando agora por mim, nunca entendi porque tinha que ser assim…o sacrifício de Jesus por nós sempre me impressionou, porquê o sofrimento como via de crescimento? Não gosto de mártires, nem entendo a dualidade de bem/mal, alegria/sofrimento embora reconheça que chorar faz bem, que a catarse nos faz ver mais longe, mas nunca entendi porquê esta necessidade de haver vitimas para sairmos mais fortes… a Génese para mim é Amor, é a Criação do Bem
O Reiki ajudou-me muito neste entendimento, ao ter conhecimento da existência dos diferentes estádios evolutivos que existem no universo, assim como da existência dos diferentes estádios no percurso de cada um de nós
Ainda hoje não sei explicar o porque deste caminho… crescimento através da Dor… (num plano da Humanidade ainda mais impactante quando vemos, guerras, a fome, o sofrimento em crianças e inocentes etc..) mas o que sei é que está ao nosso alcance diminuir esse sofrimento, seja pela forma como o percepcionamos (como necessário), seja por uma vivência plena de Amor incondicional, assim, substituí a minha visão de:

…crescimento através da Dor
pela de crescimento através do Amor…

Podemos mudar a forma como vivenciamos a dor num exercício de amor constante, esta forma de encarar os momentos mais dolorosos do nosso percurso ou dos que nos rodeiam é resultado da nossa demanda e da demanda da própria Humanidade.

Graça Amorim





Planeta sem fronteiras





 Estamos numa viragem de civilização. Não num confronto de civilizações, como alguns têm aventado, mas numa mudança que abrange todos os povos da humanidade, a qual vem sendo processada há séculos e que agora atinge certo apogeu. Os dramáticos acontecimentos actuais, em que particularmente o ano 2016 foi “pródigo”, não nos deixam fugir da realidade. Se antigamente se poderia classificar, pela diferença entre os povos nas suas culturas, religiões e tradições, de civilizações, hoje o cruzamento de raças diminui bastante o núcleo de qualquer tradição mais ancestral, que lentamente elas foram sendo absorvidas e encontramo-nos sob novo paradigma civilizacional sem precedentes.
As migrações de povos para as quais os portugueses contribuíram largamente aquando a era de Quinhentos, e que lentamente ao longo de séculos foi caldeando o movimento de seres, este ano tiveram a sua grande expressão com milhões de deslocados “invadindo” principalmente a Europa e, daí é fácil antever a mudança que está em curso e que gerará situações imprevisíveis e incontroláveis em todo o mundo.
As catástrofes, quer sejam ao nível de terramotos, cheias e incêndios, quer sejam os degelos polares devido ao aquecimento global, vão redesenhando geograficamente o planeta, movimentando mares e terras e que como num ciclo vicioso, contribuem ainda mais para as alterações climáticas, onde ambientes naturais sofrem nitidamente transformações. A fome que afecta milhões de pessoas e, toda a sorte de violência exercida nas crianças e nas mulheres, não nos deixam muito tranquilos.
Nas políticas mundiais geram-se grandes incertezas, onde não governa quem tem mais votos, mas os que habilmente se aliam ora, com a esquerda ora, com a direita para a todo o custo exercerem o poder. Contudo, ainda muito vai mudar daqui em diante, que concordo com Stephen Hawking quando diz: “Para além das alterações climáticas, pandemias à escala global, problemas de resistência aos antibióticos ou a ameaça das armas nucleares, poderão ainda surgir outro tipo de “inimigos” que actualmente nem imaginamos”.
Por outro lado, também descreve 2016, como “um tempo glorioso para estar vivo e a fazer investigação em física teórica”, e eu direi, em qualquer área, pois observar atentamente os acontecimentos mundiais é a forma mais inteligente para acompanharmos a mudança, que ao contrário da convicção de alguns, não vem no futuro, mas ela já é agora! Sim, há uma mudança quase radical na ordem mundial, que naturalmente deriva desta grande amálgama de culturas gerando novos valores e comportamentos nos seres que compõem a humanidade actualmente.
Nunca tive a ideia de que a Terra seria um paraíso algures no tempo. A Terra é um local de passagem de evolução, de aprendizagem e, sobretudo é onde se adquire a autoconsciência, que leva neste ciclo de vida à auto-realização humana e espiritual. Portanto, não sendo pessimista tanto quanto o cientista, que já fala numa extinção humana, sou, no entanto realista, quanto ao futuro das raças que levará a grandes desafios pela sobrevivência. Por outro lado, temos a oportunidade dessa realização espiritual aqui e agora e, portanto, serem até benéficas as mudanças actuais, onde se desenha um caos civilizacional - mas saber estar nesse caos - depende da transmutação interior que cada um vai fazendo para o aperfeiçoamento, revelando-se então, o propósito para o qual reencarnou. Encontrar o equilíbrio perante a mudança interna e externa, eis a mestria que se exige em novos tempos.
Aproveitando o momento ficam os votos de feliz Natal e que todos possam comungar harmoniosamente nesta celebração religiosa, já que a grande peregrinação humana cruza cada vez mais qualquer canto do Planeta. Que todos possam usufruir da Paz, da Fé e da Esperança num nível global.

Preparemo-nos para 2017. Que a Paz reine no interior de cada Coração.

Maria Ferreira da Silva

Spiritus Site