Bem-vindos a este espaço de partilha de todos para todos

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Os Mártires destes tempos





Os Mártires destes tempos

Será que podemos enquadrar a palavra Mártir nos acontecimentos que enlutaram Portugal?
Acredito que sim! Se há uns séculos o mártir colocava a sua fé acima da sua vida, hoje temos mártires sacrificados pelo descaso, pela ambição, pela torpeza irracional de “governantes”, que só pela projecção do horror do martírio parecem despertar do letárgico sono nas suas torres de marfim, onde o som da dor diária dos seus governados não alcança.
Conhecendo as leis da morte e da vida, estas ajudam-nos a compreender a roda destes ciclos no eterno renascer, no entanto devemos ter sempre presente que estes suprem a evolução, e como tal a responsabilidade individual no “campus” onde somos participantes efectivos dessa dinâmica evolutiva.
A predestinação das datas chave de cada ciclo de vida, não são factores de acomodação, do deixar andar, mas sim um dos factores fundamentais do provento evolutivo dos que fazem parte da nossa família cármica cuja abrangência vai muito além da ligação biológica. Quando iremos perceber que cada ciclo de vida (encarnação) é uma missão intensa, trabalhosa, activa, e não um período de descanso?
As bênçãos dos nascimentos e as da morte interligam-se num emaranhado de raízes onde o meio (nós) somos directa ou indirectamente factores interventivos seja no formato positivo/evolutivo ou negativo/involutivo
Sabem amigos, o antónimo (contrário) de tolerância não é intolerância, mas irresponsabilidade! E essa é a preciosa lição do martírio colectivo a que assistimos, e prever, e actuar, e reagir, à normose permissiva com que avalizamos as acções ou omissões daqueles a quem entregamos a nossa confiança e crédito.
Consciência Ecológica, Humanitária, Social, é igual ao mais alto teor Espiritual e por ela devemos actuar, pois só assim a podemos reflectir noutros, e exigir, àqueles que nos representam como nação.

Paz e Gratidão aos Mártires de Pedrogão

Maria Adelina





domingo, 25 de junho de 2017

PROFECIAS






Urge a mudança…por Deus, acordem!





De todos os quadrantes sociais e mundiais, inclusive científicos, partilham-se informações, canalizações, previsões, sobre as profecias registadas há séculos, acerca das transformações geográficas e consciênciais da Mãe Terra.
Tempestades solares, o planeta Nibiru, o eixo, o degelo, as movimentações telúricas….passes de acesso a novos atributos de consciência.
Curiosamente, ou não, muitos seres humanos reagem precisamente por uma das principais facetas que viemos transcender, aquela que não irá prevalecer no novo consciente duma humanidade renovada,  que é o egocentrismo!
Fazendo uso do poder económico ou institucional, países, grupos, e a nível individual, criam-se condições de sobrevivência (bunkers – stock de alimentos) entre muitas outras ideias e processos para “se salvarem”…por Deus…acordem! Lembremos as palavras do Nazareno:

“Nem uma folha cai da árvore, ou um cabelo se desprende duma cabeça sem o conhecimento do Pai”

Ou seja, não seremos atingidos, ou poupados, por capricho das forças da natureza.
O percurso de cada uma das consciências encarnadas, está delineado por ela própria. E este desenho nunca está acabado, é aperfeiçoado a cada gesto/pensamento, a cada acção/emoção. Amigos, os Tempos de Mudança, não estão a chegar, já cá estão!
Decorrem numa aceleração temporal nunca antes sentida, alertando-nos para o que urge mudar em nós, e não para o que devemos temer, pois isso, está alem de nós.
- Que cada ser reencontre a paz em si mesmo, que essa paz se estenda a todas as almas com quem convive, que não reste o mais leve resquício de tensão, ofensa ou malquerer entre nós e os outros.
- Que a colaboração e cooperação fraterna, desprendida, estejam na ordem do dia, todos os dias, nos amigos, famílias, vizinhos, comunidades.
- Que a luz do espírito prevaleça na prática de conversas edificantes, na partilha, no positivismo, no amor incondicional.
- Que a intenção principal de cada oração murmurada, seja sempre: 
“pelo bem supremo de todos os Seres”
Estes, são os bastiões da protecção divina.

Maria Adelina


  

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Vibração e Oração - Assumindo o comando da nossa vida





Vibração e Oração

Sempre que se fala em ascensão ou elevação espiritual, temos normalmente a figuração mental de algo que sobe, que se eleva. Essa imagem não corresponde à realidade pois todas as Dimensões Cósmicas são concêntricas, em ritmado e constante movimento de alternância cíclica.
Conforme se amplia o processo de expansão consciencial individual, essa movimentação gera uma aceleração das partículas atómicas, que assim estimuladas, provocam um crescente grau de vibração. Esta por sua vez, vai funcionar como um mecanismo hidráulico (subtil) que nos transporta a outros patamares dimensionais.
Por entre muita opinião, desinformação, e alienação provocada pela focagem materializada da vida, a maioria dos seres humanos não conseguem perceber a essência das antigas profecias. Estas, estão cada vez mais certificadas pela ciência, e previsíveis, pelas condições geológicas do planeta.
A questão meus amigos, é que não estamos num compasso de espera, o essencial, está a decorrer aqui e agora numa profunda mudança da consciência colectiva da humanidade, aquela que cada um promove via pensamento, palavra ou postura. A separação do trigo e do joio é apenas o trabalho resultante da depuração que realizamos. Somos, cada um, o semeador e o ceifeiro do nosso campo.
A fragilidade das condições planetárias, mostram-nos claramente, que a grande lição é a da maxi-fraternidade. Os eventos cataclísmicos são apenas os higienizadores, que vão acomodar a escolha que estamos a fazer, aqui, e agora.
A cada dia que nasce recebemos o apelo do Universo, que nos impele àquilo que é inevitável, a conscientização social e global.
Todos nós temos nas nossas mãos a possibilidade da co-criação de um outro tipo de vínculos interactivos. Esta, é poderosa e efectiva, na veracidade da intenção pelo bem comum! Somos ainda os detentores da escolha do grau de dificuldade pelo qual a humanidade vai vivenciando a transição.
Estamos conectados e somos sensíveis à vibração gerada por todos. O nosso planeta, como entidade viva que é, reage também, ao teor vibracional colectivo.
Uma especialíssima forma de gerar um elevado padrão vibratório é através da Oração. Sim meus amigos esta palavra antiquada à qual muitos fogem por medo a serem apontados pelos seus pares. Experiências científicas têm vindo a comprovar o poder da oração na cura e alteração da postura tendencial para a doença em inúmeras pessoas que fizeram parte destas experiências.
Por inspirações e expressões simples, que nos ajudam a combater a normose, é preciso estimular o crescimento da nossa vibração.
Lembremos que na vida tudo pode ser oração meditativa, criativa, de contemplação, e que tudo isto resume a gratidão, que é como sabem, a receita do bem-estar, do bem-querer, do bem-crescer, do bem-viver.
O poder está em cada um de nós e um dos seus veículos é a Oração.


Maria Adelina





terça-feira, 20 de junho de 2017

A INCENDIÁRIA






A INCENDIÁRIA 
Rolamos lentamente pela paisagem devastada. Sob o disco sangrento do sol pendurado no fumo, as pessoas passam, encostadas de olhos mortos às suas casas, tractores e carros. O ar arde. De repente, um carro da Brigada de Trânsito aparece parado de porta aberta no meio da estrada com todas as luzes a piscar como uma árvore de Natal. O condutor, sozinho, combate com o extintor do carro as labaredas que mordem o alcatrão. São 4 horas da tarde do dia 3 de Agosto de 2003.

Nunca mais esquecerei que, evitando o fumo branco que sai da base das chamas sufocadas pela espuma, o militar da GNR olha para o céu à procura de azul. 
Como a dele, a raiva que sentimos não tem objecto. Não é certamente dirigida à natureza que estava cá antes de nós, cá ficará depois, e não gosta da morte. Nem é aos homens que temos raiva: quais deveríamos odiar? Nós próprios? Os outros? Proponho que odiemos antes a história. Isso: a história, o comboio da história, essa metáfora que avança largando fagulhas e provocando incêndios, o comboio que uma poderosa locomotiva puxa. Marx disse-nos o nome da locomotiva: capitalismo. É a locomotiva do progresso capitalista que incendeia a floresta portuguesa. 
Das pessoas que li e ouvi sobre esta catástrofe até ao dia em que escrevo, 5 de Agosto de 2003, só Vital Moreira no “Público” de hoje se aproximou do coração das trevas. Recorreu à história para explicar a ruína dos camponeses e o seu envelhecimento, o progressivo desinvestimento do Estado na agricultura, no interior, na floresta. Tudo isto dura desde o século XIX e agravou-se muito com os governos posteriores à contra-revolução de 1976, esses funcionários de Clio, a incendiária. 
A partir do século XVIII, os camponeses foram desaparecendo dos campos europeus e norte-americanos pela violência bruta e directa das milícias dos ricos, ou expulsos pela fome, pelas dívidas, pela mecanização, pelo fim da propriedade privada dos pequenos em favor da propriedade privada dos grandes. 
O que entra em lenta cinza pelas minhas janelas em Pedrogão Grande e pousa docemente sobre o meu teclado, os meus livros, a minha roupa, é a via portuguesa para o capitalismo nos campos. Sim, falo de um destino histórico, tanto mais português, mais cruel e inumano, quanto menos se confessa e se entende, quanto mais neutro e sereno parece. O “reordenamento do território”, essa miraculosa panaceia de que tantos falam e tão poucos percebem, está a decorrer rapidamente perante os nossos olhos: corre à velocidade das chamas e do vento. Depois do desastre, muitas dezenas de milhar dos 500.000 pequenos e pequeníssimos proprietários de florestas terão perdido tudo e perderão, por fim, a terra.
O que arde em Portugal é o campesinato português, expulso do Alentejo pelo PS, varrido do centro e do norte pelas PACs do PS e do PSD, despojado de tudo pelo fogo. Ardem os velhos de olhos rasos de lágrimas que só a conversa mole de enfermeiros brancos consegue arrastar, sobre um fundo de céu em cinza, para longe da meia dúzia de oliveiras a que dedicaram a vida. Ardem os bens dos descendentes de velhos já mortos que deixaram morrer os velhos e os sobreiros de que cuidavam para plantarem no seu lugar mato, casas vazias e eucaliptos.
Haveria – haverá ainda? – outra história possível? Vejo na televisão a falsa tristeza de quem, lá no fundo, pensa que Clio só saúda os vencedores. Vejo nos telejornais os olhos serenos de quem atribui subsídios como quem deita pazadas de terra sobre um caixão. E penso num camponês vizinho meu, do outro lado do Zêzere. Tem 17 anos. Dezassete. O pai, falecido, deixou-lhe o que tinha, terra, gado, máquinas. Perdeu tudo. Vai certamente partir para o litoral onde não há agricultura nem incêndios. Talvez não tivesse que ir se, em vez de menos Estado, em vez de mais liberalismo, o interior de Portugal tivesse tido a sorte de ter sido governado nestes últimos 30 anos, já nem digo por socialistas, bastavam social-democratas, agentes de uma história mais generosa.



Paulo Varela Gomes 
escrito e lido em 2003, 
 relembrado em 2017 via Rui Bebiano e Natércia Coimbra


Não estou, mas estou... um mistério?
A origem e o destino. 
Vemos o primeiro numa forma interrogativa,
o último é uma exclamação!
Entre ambos, somos todos os outros símbolos,
que formam o infinito, que estão num único ponto.


Jorge Fernandes


domingo, 18 de junho de 2017

Homenagem a um Ser especial, expressão de alma na pintura, Maria Fernanda Oliveira


Vaga azul, quente, emoções, gestos, lembranças, presenças e ausências
Formas de vapor que nascem de si mesmas e na visão de cada qual
Toques que são pontes na alva tela onde cabe um oceano, e o pensar, e o sentir
Berço onde nasce o som da respiração do mar, portal ao infinito onde o amor se aloja, e a inspiração flui. 

Grata,  MF



sexta-feira, 16 de junho de 2017

O sufixo "mancia"






Até que ponto a sugestão condiciona a nossa escolha?
Então quem é que escolhe?




O sufixo “mancia”

Deve ser objecto da nossa reflexão a preocupação bastante generalizada em nos reconhecermos nos aspectos resultantes dos cálculos efectuados nas condições de calendário, sociais, geográficas, astrais ou outras, sobre a data do nosso nascimento.
Quando essa concordância/aceitação acontece tal significaria que não tinha existido evolução, que não tínhamos concluído nenhuma etapa das que viemos realizar nesta encarnação, ou, que não tínhamos opção…onde fica então o livre arbítrio?
- Quando esses cálculos são elogiosos e “positivos”, tendem a criar um comodismo egoístico, narcisístico,  e até arrogante, que vai embaciar o entusiasmo que deve reger a nossa demanda interior. Isso obviamente pode levar a situações mais sérias, principalmente quando a pessoa pelos resultados práticos da sua vida, se apercebe que afinal está a andar no sentido contrário àquele que lhe "prometeram"
- Se os cálculos forem apreensivos e assustadores, tendem a criar mal-estar, sentido de inferioridade, e até desespero, que se pode tornar grave em alguém que já sofra de baixa auto-estima, isso obviamente pode levar também, a situações  mais sérias no que toca à esperança e fé no seu potencial individual que simplesmente aguarda a sua hora para se expressar; porque tudo no universo tem o seu momento.
- Se os cálculos forem indefinidos, que apresentem uma pessoa “normal” como é a maioria da população terrestre, a pessoa analisada  fica desiludida,  tendo em conta que ainda funcionamos muito pelo ego.
Tenhamos em conta que as pessoas que buscam leituras de qualquer tipo, nenhuma está à espera de ouvir a realidade, mesmo que essa realidade seja a de que a pessoa já é aquilo que veio para ser: honesta, trabalhadora, bondosa, sem coisas "especiais" como estes analistas tanto gostam de frisar...e o ego se compraz em ouvir.
Nestes casos, o próprio analista não quer ser o causador dessa desilusão, então, e por norma, enfeita a leitura com arabescos que nada têm ou terão a ver com o caminho pessoal daquele ser simples, autêntico e maravilhoso...o que obviamente vai criar uma ilusão indirecta, que nem sequer era da pessoa, mas que pode levar no mínimo a que a pessoa mude a agulha do seu caminho de vida quando esta estava na direcção certa.
Nas mais antigas civilizações existiram os sábios que aferiam as possibilidades e tendências dos recém-nascidos pelos dados do seu nascimento, (lembremos as lendas em que fadas transmitem às crianças dons e capacidades)
Mas esses virtuosos pertenceram a uma época que findou e cujos dons eram necessários ao cumprimento dessas eras.
Hoje, provavelmente as leituras feitas no nascimento de um ser continuariam a ser úteis tão só e apenas como indicador para os guias (pais) da criança.
No entanto, no plano da cosmo-ética já não é lícita essa prática pelo facto de que a humanidade transgrediu todos os preceitos do sagrado, da humildade e do sentido de serviço.
Toda e qualquer leitura que fosse efectuada, ainda que sábia e honesta, seria sempre denegrida, contestada, ou feita arma de poder, devido à exacerbação do ego que mina a humanidade.
Todos os Avatares ao longo das eras se posicionaram contra as artes de adivinhação, recomendando cautela, e dizendo-nos que o único e verídico oráculo é o nosso coração aprimorado pelo trabalho evolutivo que fazemos a cada dia.


Maria Adelina de Jesus Lopes



Nota: como curiosidade envio link da lista (conhecida) das muitas palavras com o sufixo “mancia” para que tenhamos em conta o quanto existe de manipulação, manipulados e manipuladores








segunda-feira, 12 de junho de 2017

Hoje orgulhei-me




Hoje orgulhei-me

Contrariando as directrizes das forças políticas nacionais cuja actuação, (com o consentimento de todos nós) tem sido inominável em quase todos os aspectos sociais, hoje orgulhei-me de ser portuguesa ao saber que a notícia mais badalada dos pasquins da imprensa cor-de-rosa (e não só) não teria sido possível acontecer em Portugal.
O acontecimento é como já devem ter calculado o facto de um “Craque” ter recorrido (uma vez mais) à compra dos serviços de aluguer do útero duma qualquer mulher para ali depositar a sua “semente” e que este útero gerou dois seres que serão filhos dele.
Estas duas crianças não são filhas de um “deus da bola” elas são, tal como todas as crianças, filhas de Deus (Fonte Criadora) cuja ética arremessamos daqui para ali conforme a conveniência de momento, ou o estado hipnótico a que vão chegando a maioria dos pessoas.
Dentre as possíveis razões que levam alguém a adquirir filhos por encomenda, ocorrem-me…
-Será um plano da poderosa máfia do dito “desporto” para a criação de superdotados para chutar bolas por via da genética contributiva do esperma?
-Será por incapacidade reprodutiva, ou de relacionamento emocional natural do cliente que encomenda uma criança?
- Será já uma mostra daquilo que nos conduz ao pior panorama do futuro, que o dinheiro (realmente) tudo compra e aliena, até a consciência humana?
No meio da alargada divulgação da manchete do dia, procurei ingloriamente uma palavra de algum jornalista, de algum comentarista…que nos lembrasse que além dos Laços Sagrados que unem um Filho a sua Mãe, outra condição não menos gravosa é a promoção da mulher a “galinha poedeira” pela promoção das barrigas de aluguer, no mais blasfemo ataque contra o feminino naquilo que ele tem de mais sagrado ou seja a sua capacidade de concepção. Mas mais ainda, que nos lembrasse da existência (há mais de 50 anos e reconhecida por centenas de países) da Declaração Universal dos Direitos da Criança, cujo conteúdo é abalroado por esta prática.
Por favor…despertemos…de que sanidade ou equilíbrio emocional, poderá usufruir um jovem adulto ao saber que foi gerado por uma mulher por um valor monetário, como se de qualquer objecto de uso comum - que não lhe permitiram usufruir dos laços mais marcantes da infância – que lhe roubaram o direito de ser igual aos outros logo na concepção – que lhe imprimiram o estigma da diferença como se de um qualquer projecto utilitário se tratasse - que os tornam o resultado de uma outra, e bem disfarçada, forma de exploração.
Sim, senti orgulho em saber que as leis portuguesas ainda salvaguardam os direitos dos Seres nascidos e a nascer, que os protegem de algo que atraiçoa todos os fundamentos do que deve ser a função mais sagrada da consciência humana.

Maria Adelina de Jesus Lopes



sexta-feira, 9 de junho de 2017

Frutos de Sábia Singeleza -




No meio de tanta pequenez de ideias e ideais, de compromisso e responsabilidade, vamos colhendo também, frutos de sábia singeleza, que nos indicam os trilhos aos campos da lucidez.

Ontem, tive o prazer de assistir ao lançamento de um livro chamado “A Civilização do Medo” de Paulo Vieira de Castro. 

Tal como Jorge Velhote que fez uma exímia  apresentação do livro, também eu sinto o conteúdo do mesmo como uma cascata de questões e respectivas respostas, acresço, de uma alma, à sua companheira de jornada, a consciência.

Frequentemente encontro pessoas que me dizem estar à espera de um sinal, algo que lhes diga onde, porquê ou como mudar. Nos nossos dias, a mudança, a transformação sem esforço, tornou-se no mais atractivo dos negócios a par do medo”

“Cuidar tornou-se a palavra mais esquecida do competitivo mundo das empresas, das escolas e, talvez por isso, das nossas vidas”

Este livro não se lê no formato habitual, também para o leitor, ele transforma-se numa espécie de auto diálogo, de inspirador reencontro e esperança, para todos os que mantêm (ainda) a Alma viva.

(eu é que agradeço, Paulo)


Maria Adelina

A Falta de Empatia Produz as Maiores Mazelas do Mundo



A empatia é o sentimento que nos liga ao outro. É quando você se ausenta de si e permite que o outro esteja presente em seu íntimo. E assim tenta sentir o que o outro sente, tenta ver o que o outro vê, tenta entender o porquê do outro, quais as suas dores, quais as suas razões mais profundas, quais as suas carências… É quando você procura no outro aquela dor que o faz tão humano quanto você, aquele sonho que talvez possa ser sonhado junto, aquela ânsia, aquela esperança…
Ao sentir o humano que existe no outro, sabendo-nos também humanos, é que damos sentido à palavra “Humanidade”.
Penso que a nossa geração esteja repleta de pessoas empáticas. Há muitos que sabem sentir a dor do mundo e que primam por preencher a nossa atmosfera psíquica com as flores da gentileza e o perfume da gratidão. Estes seres, embora raro tenham holofotes sobre si, são os verdadeiramente ricos e poderosos, pois são os seus gestos anónimos, as suas preces silenciosas e seus pensamentos de Paz que espalham centelhas de esperança por toda a Terra.
Mas é inegável que muitos ainda não tenham compreendido que as maiores mazelas do mundo se dão pela falta de empatia dos homens. O político não consegue, por exemplo, sentir a dor do velho aposentado rural que necessita amputar com urgência uma perna necrosada e não consegue uma vaga para a realização do procedimento médico no Sistema Único de Saúde. E porque não consegue sentir a dor desse velho, o político extravia a verba destinada a esse atendimento e vai comer as primícias dos restaurantes mais caros do mundo, ao Dubai.
O marido não consegue sentir que a sua mulher é um ser que, assim como ele, quer saber-se amado e livre e a aprisiona nas correntes do ciúme, trancafiando o seu ego nos mais sujos e angustiosos porões.
Por não saber “ser o outro”, o homem furta, rouba, violenta… O homem achincalha a fé alheia, o sonho alheio. O homem escraviza o homem. O homem condena povos inteiros, comunidades inteiras à miséria, roubando-lhes as condições necessárias para que possam sequer ver a própria indignidade.
É a falta da empatia que contamina o mundo da praga do imediatismo, do consumismo, do uso indiscriminado de recursos naturais.
A falta de empatia faz com que desumanizemos o outro e com nisso nos tornemos menos humanos, mais egoístas, mais individualistas, mais competitivos e mais insanos.
E quando vejo este planeta vivenciar tempos tão sombrios, realidades tão infelizes, quando vejo tantos exibirem as suas misérias morais como se fossem troféus , eu me recordo da frase tão recomendada por Chico Xavier “Isso também passará”. Nenhuma ignorância poderá perpetuar-se no tempo e no espaço.
A nossa essência Maior (ela, sim!) é eterna. Somos cidadãos de um tempo a adquirir o aprendizado necessário, colectiva e individualmente, para a nossa contínua e perene evolução.
Diante disso, sorrio! Sei que passará a glória dos avacalham com a sorte do pobre, que riem da verdade, que zombam da Justiça, que torturam o sonho de outros e a esperança de nações inteiras… E, como já dizia Quintana: “eles passarão” e nós (que nos exercitamos na empatia) nós “passarinho”.

Nara Rúbia Ribeiro


quinta-feira, 8 de junho de 2017

Integração








O homem não pode viver sem uma confiança permanente
 de algo indestrutível em si mesmo, apesar de tanto essa coisa indestrutível 
como a sua própria confiança nisso poderem permanecer escondidas dele.
Franz Kafka







Tudo o que aprendemos nos campos da vertente espiritual é útil se existir integração no dia-a-dia, e com isso dar exemplo a outros.
Este tipo de "estar" não funciona pelo dinheiro, quando assim é fomenta-se a oferta porque é um modo de vida, mas essa oferta é invasiva, ilusória, enganosa na maior parte dos casos.
Com o tempo, todos os envolvidos nessa teia estão em descrédito e desiludidos de algo que nunca foi real mas que afecta a sua postura perante a vida e a sua evolução consciencial.

A.

terça-feira, 6 de junho de 2017

A Síndrome da Depressão




A Síndrome da Depressão

Pela extensão alcançada, à qual já chamam pandemia, vamos debruçar-nos não sobre a síndrome, mas sobre algumas causas sociais e comportamentais, que conduzem a um estado sintomático que se encaixe naquilo a que se chama depressão.
Esta nossa opinião, é partilhada por muitos círculos da metafísica e espirituais, de que a depressão é uma desarmonia espiritual, uma doença da Alma.
Fazem parte desta reflexão, os mesmos factores de alerta que há anos vêm sendo canalizados, estes factores são, na sua larga maioria, causadores da sintomatologia depressiva.
No último século, e conforme se desenvolvia o conceito do materialismo, o ser humano, foi-se distanciando da sua essência e motivação de vida.
Podemos comparar-nos a um telefone sem fios, que conforme se vai distanciando da sua base, fica sem sinal, perde a capacidade de recepção e transmissão.
Desligados da nossa realidade primeva, fomo-nos habituando à captação de outros sinais, o do conformismo, do individualismo exacerbado, da desagregação familiar, da ambição, da valorização do ser humano pelo que tem e não pelo que é, da competitividade aberrante, com a consequente desarticulação da estima individual, e até colectiva.
Enquanto a era industrial e posteriormente a electrónica se desenvolviam a passos gigantescos, foram assim mesmo, ceifando as raízes do ser humano:

 - A falta de tempo tornou-se stress
 - O consumismo tornou-se droga
 - A competição tornou-se arma
 - O individualismo tornou-se solidão
 - A colaboração tornou-se inveja 
 -O afecto…esse é “dado”, conforme e se, o retorno que se receber…

Apenas uma percentagem mínima da população mundial, nasce com predisposição genética (predisposição não significa que se venha a concluir) para as atrofias que afectam os neurotransmissores em certas áreas cerebrais e que podem vir a causar o estado depressivo.
O que temos sim, é a depressão reactiva, que continuada, pode degenerar na depressão orgânica.
Temos então como causas da depressão reactiva, a inversão de valores que são fundamentais ao equilíbrio psico/emocional dos seres humanos, acrescidas pela frustração das condições de vida sejam afectivas ou materiais.
Uma outra causa existe, é tão poderosa e abrangente, como desacreditada na ciência médica, e silenciada na sociedade:

Desarmonia Espiritual (Obsessões – Fobias – Assédios)

Amigos, afastamo-nos demasiado da base, do nosso centro fundamental, e como tão bem exemplifica a natureza, sempre que alguma forma de vida se desliga do seu habitat, fica doente.
E o nosso Habitat, é a Dimensão Espiritual, à qual devemos religar-nos, apenas isso, voltar a ligar, pois ela sempre esteve, e está, bem dentro de nós.


Maria Adelina de Jesus Lopes






segunda-feira, 5 de junho de 2017

Spiritual Bypassing


Caros Amigos, sendo este tema recorrente nas partilhas que fazemos, recomendo a leitura deste excelente artigo (mais um) que nos leva à reflexão sobre o mundo da banalização e mercantilismo da Espiritualidade e cujos efeitos resultam noutro tipo de alienação. Espiritualidade é acção, presente, positiva, profícua, altruísta, na contribuição de cada um de nós para o mundo que almejamos... A.



Spiritual Bypassing
Quando o Suposto Despertar Espiritual nos Leva à Alienação

Cada vez mais nos deparamos com uma ampla gama de promessas sobre caminho ou práticas espirituais que nos permitirão despertar e viver num perpétuo estado de felicidade, liberdade de dor e expansão da consciência.
As opções estão por toda parte e das formas mais diversas: na nossa alimentação, nas leituras, práticas meditativas e contemplativas, orações, yoga e em dezenas de outras práticas, terapias e filosofias.
Eu pessoalmente sou uma apaixonada por este assunto, motivada por desentendimentos familiares, comecei conscientemente minha busca espiritual muito cedo, com 7 anos de idade e nunca mais parei. De lá para cá estudei e pratiquei muita coisa, foram inúmeros retiros, estadias em ecovilas, viagens de estudo para países como Índia, Tailândia, Marrocos e vários outros, as diversas dietas alimentares, práticas físicas e meditativas, os vários cursos que foram do Tarô à física quântica e por ai vai…
Nessa jornada conheci muita gente seguindo diversos caminhos e sempre me questionei sobre o limiar ténue entre a consciencialização e a alienação que tais práticas podiam nos proporcionar.
Há cerca de 4 anos atrás, através de um terapeuta americano, escutei pela primeira vez sobre o tema Spiritual Baypassing (Desvio Espiritual) e aquela reflexão sobre o tal limiar ténue passou a fazer mais sentido pra mim.
Spiritual Baypassing foi um termo criado pelo psicólogo e professor Budista John Welwood para abordar a utilização de crenças e práticas espirituais como forma de evitar lidar com sentimentos dolorosos, feridas não resolvidas, suprimir ou fugir de questões desconfortáveis da vida.
Funciona como um mecanismo de defesa e fuga que por ser feito de uma forma “bonita” e de aparência “nobre”, é mais difícil de ser percebido, embora seja muito mais comum do que podemos imaginar. A maioria das pessoas que vive tal desvio espiritual, não se dá conta que isto está a acontecer e nem mesmo as pessoas que convivem com elas percebem.
Algumas demonstrações ou sintomas do spiritual bypassing incluem: alienação emocional e repressão, desapego exagerado, enfatizar em demasia o lado positivo, compaixão cega ou excessivamente tolerante, minimização ou negação da própria sombra, ilusão sobre o próprio despertar, visão de que tudo é ilusório incluindo o sofrimento como uma 
forma de fugir do mesmo, menosprezo ao pessoal ou mundano e desenvolvimento parcial.
No mundo em que nos encontramos rodeados de dor, stress, sofrimento e mesquinharias e futilidade, é, de certo, tentador encontrar nos caminhos espirituais uma resposta para se ver livre de tudo isso. Mas se isso for utilizado como um escapismo, acabamos por nos colocar numa prisão utópica e alienada e o que era visto como caminho para salvação, tende a se tornar um “vício e perdição”, por outras palavras, uma nova droga.

“Quando estamos a passar por um spiritual bypass,
muitas vezes usamos o objetivo de despertar ou de libertação
para racionalizar o que eu chamo de transcendência prematura:
tentando nos elevar acima do lado cru e sujo da nossa humanidade
antes de a termos enfrentado por completo
e estarmos em paz com ela”.
Welwood

O resultado que obtemos acaba por ser o oposto do que esperávamos, pois o desvio não nos distancia apenas da nossa dor ou questões delicadas da nossa vida mundana, como também da nossa autêntica espiritualidade.
Gosto muito da forma que o psicoterapeuta integral Robert Augustus Masters aborda o resultado do desvio espiritual dizendo que este “nos distancia da nossa autêntica espiritualidade, nos mantendo num limbo metafísico, numa zona exagerada de gentileza, bondade e superficialidade”.
Só podemos estar realmente livres e despertos quando encararmos e abraçarmos os nossos traumas.
A nossa verdadeira liberdade e integração não significa ausência da dor, mas a consciencialização e aceitação da mesma.

Gabi Picciotto